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Imagens que passais pela retina

Sara Carvalho

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Imagens que passais pela retina

Imagens que passais pela retina
Dos meus olhos, porque não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...

Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
- Porque ides sem mim, não me levais?

Sem vós o que são os meus olhos abertos?
- O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos… 

Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão causal de meus dedos incertos,
- Estranha sombra em movimentos vãos.

Camilo Pessanha


Late Fragment

Sara Carvalho

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Late Fragment

And did you get what
you wanted from this life, even so?
I did.
And what did you want?
To call myself beloved, to feel myself
beloved on the earth.

Raymond Carver

Alguns gostam de poesia

Sara Carvalho

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Alguns gostam de poesia

 

Alguns 
– quer dizer nem todos.
Nem a maioria de todos, mas a minoria. 
Excluindo escolas, onde se deve 
e os próprios poetas, 
serão talvez dois em mil.  

Gostam – 
mas também se gosta de canja de massa, 
gosta-se de lisonja e da cor azul, 
gosta-se de um velho cachecol,
gosta-se de levar a sua a avante, 
gosta-se de fazer festas a um cão. 

De poesia – 
mas o que é a poesia? 
Algumas respostas vagas 
já foram dadas, 
mas eu não sei e não sei, e a isto me agarro 
como a um corrimão providencial. 

Tradução de Elzbieta Milewska e Sérgio das Neves para a antologia Alguns gostam de poesia, com poemas de Czeslaw Milosz e Wislawa Szymborska, edição Cavalo de Ferro, 2004.

Metaphors

Sara Carvalho

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I’m a riddle in nine syllables,

An elephant, a ponderous house,

A melon strolling on two tendrils.

O red fruit, ivory, fine timbers!

This loaf ’s big with its yeasty rising.

Money’s new-¬minted in this fat purse.

I’m a means, a stage, a cow in calf.

I’ve eaten a bag of green apples,

Boarded a train there’s no getting off.


Sylvia Plath,

Things

Sara Carvalho

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Things

There are worse things than having behaved foolishly in public.

There are worse things than these miniature betrayals, committed or

endured or suspected; there are worse things

than not being able to sleep for thinking about them.

It is 5 a.m. All the worse things come stalking in

and stand icily about the bed looking worse and worse and worse.

Fleur Adcock

The orange

Sara Carvalho

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The Orange
 

At lunchtime I bought a huge orange—
The size of it made us all laugh.
I peeled it and shared it with Robert and Dave—
They got quarters and I had a half.


And that orange, it made me so happy,
As ordinary things often do
Just lately. The shopping. A walk in the park.
This is peace and contentment. It's new


The rest of the day was quite easy.
I did all the jobs on my list
And enjoyed them and had some time over.
I love you. I'm glad I exist. 

Wendy Cope

Crianças KIDS

Sara Carvalho

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Crianças KIDS

1.

Criançada correndo na rua
não tem mais, não tem mais
pedalando uma bicicleta
não tem mais, não tem mais


estão todas atadas a tablets
e os raios que saem da tela
fazem danos às cabecinhas
provocando-lhes comportamentos


curto-circuitos neurais!
 

CRIANÇAS KIDS
CRIANÇAS KIDS
CRIANÇAS KIDS
CRIANÇAS KIDS

 

Angélica Freitas

When You Are Old

Sara Carvalho

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When you are old and grey and full of sleep,

And nodding by the fire, take down this book,

And slowly read, and dream of the soft look

Your eyes had once, and of their shadows deep;
 

How many loved your moments of glad grace,

And loved your beauty with love false or true,

But one man loved the pilgrim soul in you,

And loved the sorrows of your changing face;
 

And bending down beside the glowing bars,

Murmur, a little sadly, how Love fled

And paced upon the mountains overhead

And hid his face amid a crowd of stars.

W. B. Yeats

Balada da Neve

Sara Carvalho

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Balada de Neve

 

Batem leve, levemente,

como quem chama por mim.

Será chuva? Será gente?

Gente não é, certamente

e a chuva não bate assim.

 

É talvez a ventania:

mas há pouco, há poucochinho,

nem uma agulha bulia

na quieta melancolia

dos pinheiros do caminho…

 

Augusto Gil 

Verdes são os campos

Maria S. Mendes

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Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
 

 

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
 

 

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

Luís de Camões

To be

Maria S. Mendes

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To be, or not to be: that is the question:
Whether ‘tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune,
Or to take arms against a sea of troubles,
And by opposing end them? To die: to sleep;
No more; and by a sleep to say we end
The heart-ache and the thousand natural shocks
That flesh is heir to, ‘tis a consummation
Devoutly to be wish’d. To die, to sleep;
To sleep: perchance to dream: ay, there’s the rub;

Shakespeare, Hamlet