Escolhas dos nossos leitores
As escolhas dos nossos leitores:
Aitor Boada Benito
Gostei mesmo do poema de Tiago Patricio "As aves colectivas da Margem Sul".
Ana Isabel Soares
Quando começaram a aparecer os Jogos Florais (chegava a Primavera, vinham as flores, isso), alegrou-me poder ler vozes novas, vozes vivas, vozes brincalhonas a avivar, a brincar e a fazer novinha a poesia, fosse mais recente ou mais antiga - até antiquada. Quantas vezes me convenço de que é o humor que salva o mundo (o amor também, o amor também): os Jogos Florais traziam, trazem, essa luz aberta do sorriso, ou do riso a partir da poesia. Este riso (para que se perceba o que quero dizer) não é necessariamente por coisas cómicas, ou escritas como literatura de humor. É a ideia de vida, aquilo que me faz rir porque um cão está aos saltos ou uma criança cambaleia, ou entra um raio de sol pela janela — a interferência dos dias, do acaso, desse cambaleio que se sabe que existe mas nem sempre está previsto naquela hora (como, na entrevista a Wendy Cope, as linhas em que fala Lachlan Mackinnon, que não era o entrevistado, e "JF" se transforma em "Maria" e se sabe que ali está a vida, a verdade e a luz). Também gosto muito dos jogos e-mojais, de que nunca percebo pevas.
Anabela Mota Ribeiro
Gosto da leitura da Joana Meirim ao poema da Adília Lopes. Derivo para a minha leitura do poema da Adília, aquela que fiz, tanto quanto consigo reconstituir, quando o li. Há palavras caras que gosto de dizer, porque me agrada o som e porque parecem uma rebentação; por exemplo, abstruso, espúrio, displicente. Mas prefiro palavras baratas como paleio, tola para dizer cabeça ou escaganifobético, que arrisquei escrever na minha dissertação de mestrado justamente para introduzir uma palavra barata no território da grandiloquência: ou melhor, do bem falante, como fala Adília. E fui ver ao dicionário, depois de hesitar, se se diz escanifobético ou escaganifobético. Diz-se das duas maneiras e já não me lembro qual usei. Acho que quero dizer que o comentário da Joana ao poema da Adília suscita o meu próprio comentário e que esse é um aspecto que me interessa nos Jogos Florais: o efeito detonador de qualquer coisa, o material que me dá para seguir o meu caminho.
André e. Teodósio
Alberto Pimenta nos emojis. As traduções concretas da Marta Brito são o mais próximo de procedimentos megalopsíquicos na literatura, porque todos sabemos que um poema tem sempre sentido inverso.
António Ramalho
Uma das minhas secções preferidas dos Jogos Florais chama-se Marginalia. Não só é um salutar contraponto a uma certa mitificação do ofício de poeta e, por extensão, de escritor; como é fácil simpatizar, por exemplo, com a má administração do dinheiro de Rafael Alberti ou o embaraço e acanhamento de Mercè Rodoreda.
Elisabete Marques
Entrevista a Harryette Mullen.
Golgona Anghel
É uma tarefa difícil; gosto de (quase) tudo o que publicam no site. Para além dos poemas e das respectivas leituras, as entrevistas, por exemplo, têm uma qualidade rara. Ainda assim, arrisco apontar o dedo para o poema (crítica incluída) do José Miguel Silva:
Helena Carneiro
Leitura da Maria Sequeira Mendes – “Ectopia", Harryett Mullen.
Gosto muito desta leitura porque transforma o poema na coisa certa e terrível que é.
Joana Barrios
Joana Dilão
João Brandão
Leitura da Maria Sequeira Mendes – “Ectopia”, Harryett Mullen.
João Concha
Gosto da entrevista a Wendy Cope e da sua visão sobre “light verse”.
João R. Figueiredo
Entrevista a Harryette Mullen.
Joaquim Manuel Magalhães
Gosto do poema de João Miguel Fernandes Jorge e da leitura do poema pelo poeta Frederico Pedreira.
Jorge Almeida
A Rita Faria ter resgatado do esquecimento o poema "Cantiga, partindo-se" de João Roiz de Castel-Branco.
Maria Emília Castanheira:
Margarida Vale de Gato
Leitura da Maria Sequeira Mendes do poema “Humbles”, de Frances Leviston.
Nuno Moura
Jogos Florais
Para mim é ter crítica de criticism
e poemas de agora
por inéditos poemas de antes
onde a entrevista
dá uma pedra de toque
às traduções
além do english
diariamente mensal.
N.M.
Rosa Maria Martelo
Gosto de todas as secções de Jogos Florais. Mas, se devo escolher apenas uma das coisas que li, não posso deixar de dizer que gostei muito da leitura que Ana Sofia Couto fez de “Siringe III”. Embora o meu interesse pela secção Poemas de Agora venha de nela encontrar alguns autores e bastantes leitores que desconheço, neste caso o poema não podia ser mais meu conhecido, dado que o escrevi. Mas nada sei da pessoa que o leu, e surpreendeu-me que fizesse perguntas muito próximas das que eu gosto de fazer. De um modo geral, parece inegável que a informalidade desta secção acaba por permitir leituras mais leves e mais cúmplices. E isso reconduz a leitura ao puro prazer de ler, o que é muito de saudar.