Sonetos 8 e 66 de Shakespeare
joana meirim
Porque te é triste a música, ó música de ouvir?
O doce é ameno ao doce, alegre é a alegria.
Porque amas, pois, aquilo que não te rejubila
E, em vez, sentes prazer no que não te dá júbilo?
Se a perfeita união dos sons em harmonia
Ligados, como em núpcias, te ofendem o ouvido,
É porque eles censuram, doces, teu desacordo
Ao teimares em tocar a sós a melodia.
Nota como uma corda à outra se une, doce,
As duas se tangendo, em mútua simetria,
Como o pai e o filho e a feliz mãe, um só,
Todos só num, entoando, em perfeição de som,
Um canto sem palavras, que, sendo vário, é um,
E assim te canta a ti: “Tu sozinho és nenhum.”
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