Março
joana meirim
Em Março,
depois do número musculado que saiu no Natal, regressamos com uma viagem até Vigo para uma entrevista à poetisa galega Chus Pato, que nos disse como sem poesia e sem poetas ninguém poderia falar além de “línguas instrumentais”. A par da entrevista, Chus Pato ofereceu-nos o belo poema inédito que menciona nesta conversa.
Na secção de Traduções, Ana Luísa Amaral dá a ler em língua portuguesa dois sonetos de Shakespeare e um poema do poeta chileno Nicanor Parra.
Na Pedra-de-Toque, recordamos José Blanc de Portugal e um ensaio singular que escreveu sobre um soneto de Jorge de Sena, no ano em que se celebra o centenário deste último.
Em Poemas de Agora, João Dionísio começa uma série de análises sobre o local, à procura de “pontos de referência” e com um interesse particular pela geografia, sendo a sua primeira paragem o último poema de Fuck the Polis, de João Miguel Fernandes Jorge.
Já em Poemas de Antes, Clara Rocha recorda o efeito sortílego do poema “Le ciel est par-dessus le toit”, de Paul Verlaine. Teresa Bartolomei analisa um poema – que também traduz – do “morguenático” Gottfried Benn, dando início a uma série de análises sobre poemas florais. Em “Pequeno áster”, a poesia “é a flor que ao morto restitui sentido”.
Rita Faria regressa à tradução e análise dos poetas do Cancioneiro Geral. Desta vez traduz e comenta o poema “Dyz-m’a myn meu coraçã”, de Nuno Pereyra, chamando a atenção para a habilidade do poeta a dialogar com o seu coração, como quem dialoga com a sua amada.
Nos Inéditos, para além do já referido poema de Chus Pato, António Neves Claro ofereceu-nos dois poemas bucólicos: “Caminho” e “Aves de Arribação”.
Na Marginalia deste mês, revelamos algumas curiosidades sobre Antoine de Saint-Exupéry, Murasaki Shikibi, Lygia Fagundes Telles, Alda Merini e Robert Louis Stevenson.