Este poema não devia ter sido esquecido, porque ajuda quem o leia a perceber que não há nada de errado em começar de novo, pelo contrário, e também porque sugere que a loucura talvez seja a forma mais sã de sermos humanos.
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Ora, ler este poema não custa nada, porque o tom é desde logo coloquial e invocativo, implicando o leitor nesse misto de pergunta retórica e pedido de ajuda que, se não é vulgar, é totalmente compreensível ("Quem há-de abrir a porta ao gato / quando eu morrer?"). A linguagem é simples, directa, de pendor oral, fazendo lembrar as conversas entre donos de animais sobre as respectivas idiossincrasias ("Sempre que pode / foge prá rua, / cheira o passeio / e volta para trás"…), embora se comece a perceber, a certa altura, que o fulcro do poema talvez não seja a preocupação do dono com a felicidade do gato.
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