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One Art, Elizabeth Bishop

Traduções

One Art, Elizabeth Bishop

Nuno Amado

One Art, Elizabeth Bishop

 

The art of losing isn’t hard to master;

so many things seem filled with the intent

to be lost that their loss is no disaster.

 

Lose something every day. Accept the fluster

of lost door keys, the hour badly spent.

The art of losing isn’t hard to master.

 

Then practice losing farther, losing faster:

places, and names, and where it was you meant

to travel. None of these will bring disaster.

 

I lost my mother’s watch. And look! my last, or

next-to-last, of three loved houses went.

The art of losing isn’t hard to master.

 

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,

some realms I owned, two rivers, a continent.

I miss them, but it wasn’t a disaster.

 

-Even losing you (the joking voice, a gesture

I love) I shan’t have lied. It’s evident

the art of losing’s not too hard to master

though it may look like (Write it!) like disaster.

Uma Arte, tradução de Ana Luísa Amaral

 

A arte de perder não custa quase nada;

tantas coisas parecem desejar ser deixadas

que a sua perda não chega a ser desgraça.

 

Perde algo em cada dia. Aceita o sobressalto

de uma chave perdida, de uma hora mal gasta.

A arte de perder não custa quase nada.

 

Tenta então perder mais, cada vez mais depressa:

lugares, nomes, e sítios aonde desejaste

viajar. Nenhum deles trará qualquer desgraça.

 

O relógio de minha mãe, perdi-o. E, vê,

perdi também várias das casas que amei.

A arte de perder não custa quase nada.

 

Perdi duas cidades, belas. E, mais vastos,

alguns reinos que tive, dois rios, um continente.

Fazem-me falta, mas não chega a ser desgraça.

 

Até de te perder (a voz que me sorria, o gesto

que eu amei) nada direi. É mais do que evidente

que a arte de perder não custa quase nada,

embora ela pareça (Escreve!) uma desgraça.

Elizabeth Bishop, "One Art", The Complete Poems 1927-1979. NY: Farrar, Straus & Giroux, 2008.


Ana Luísa Amaral (1956). Autora de mais de três dezenas de livros, quer de poesia, quer de teatro, quer de ficção, quer infantis. As suas obras mais recentes em Portugal são What’s in a Name (poesia, Assírio & Alvim, 2017) e Arder a Palavra e Outros Incêndios (ensaio, Relógio D’Água, 2017, vencedor do Prémio Jacinto de Prado Coelho). Os seus livros estão traduzidos e editados em países como Inglaterra, Brasil, França, Espanha, Suécia, Itália, Holanda, Colômbia, Venezuela, México ou Estados Unidos da América, sendo que o seu mais recente livro no estrangeiro é What’s in a Name (trad. Margaret Jull Costa, New York, New Directions, 2019). Traduziu diferentes autores, como Emily Dickinson, William Shakespeare ou John Updike. Obteve várias distinções e prémios, como a Medaille de la Ville de Paris, a Medalha de Ouro da Câmara Municipal do Porto, por serviços à Literatura, ou o Prémio Literário Correntes d’Escritas, o Premio di Poesia Giuseppe Acerbi, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, o Premio Internazionale Fondazione Roma,  ou o Prémio PEN, de Ficção. Tem, com Luís Caetano, um programa semanal na Antena 2 sobre poesia, O som que os versos fazem ao abrir. É professora aposentada da Faculdade de Letras do Porto e membro da Direcção do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, no âmbito do qual coordena o grupo internacional de pesquisa Intersexualidades.