Bernardo Palmeirim
Nuno Amado
Ler um poema é, antes de mais, prestar atenção a usos peculiares de palavras escritas.
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Filtering by Category: Ler um poema é
Ler um poema é, antes de mais, prestar atenção a usos peculiares de palavras escritas.
Read MoreInterpretar um poema é um pouco como conversar com um velho tio excêntrico.
Read MoreLer um poema, qualquer tipo de poema – soneto, haikai ou poema concreto – é lê-lo pelo menos duas vezes.
Read MoreInterpretar um poema é um exercício de memória e de circulação.
Read MoreInterpretar um poema parece-me não ser mais do que fazer um esforço para prestar atenção àquilo que é ‘estranho’ e singular no poema (uma aliteração surpreendente, uma rima inesperada, etc.), àquilo que é ‘familiar’ (a relação que estabelecemos entre o poema e o nosso conhecimento previamente adquirido), e à necessidade de não se deixar encantar somente pelas virtudes do que é ‘estranho’ ou pelas virtudes do que é ‘familiar’.
Read MoreParecerá talvez estranho afirmar que o modo como leio poemas – note-se que não estabeleço regras gerais – toma por empréstimo uma rima antiga sobre o que as noivas devem usar no dia do seu casamento.
Read MoreDurante muitos anos, dei explicações de Português. Em geral, os alunos que precisam de explicações de Português detestam ler e julgam que ler (principalmente poemas) não serve para nada. Costumo responder-lhes que têm razão: não serve e não tento convencê-los do contrário. Isto costuma surpreendê-los.
Read MoreA palavra ‘análise’ intima química: substâncias e princípios activos. Desde que se começaram a analisar poemas nunca porém se descobriu nada. Foi um acaso feliz. Mesmo que se tivessem conseguido isolar substâncias não se saberia em que posição da tabela periódica as colocar. Deveria a camonite ser posta à esquerda da homerite? Haverá diferença de peso atómico entre a celanite e a junqueirite? No que diz respeito a poemas é preferível abandonar a palavra ‘análise.’ Não se consegue imaginar química onde não há física. Precisamos de outra palavra.
Read MoreInterpretar um poema é como interpretar um lance de futebol, uma rixa à porta de uma discoteca, uma troca de olhares num transporte público ou outra coisa qualquer que, não obstante as diferenças, envolva razões, atitudes, expectativas e tudo aquilo a que estamos habituados quando lidamos com pessoas.
Read MoreInterpretar um poema é lutar com um anjo que age como um bandido.
Read MoreInterpretar, analisar, ler um poema é
elaborar um plano de ocupação de um texto:
examinar as geometrias das construções poéticas
aferir a vocação dos espaços existentes
traçar esquemas de circulação de sentidos
instalar estrategicamente a aparelhagem teórica
testar a resistência analítica em condições extremas
comparar a robustez do discurso com a agilidade das palavras
alongar os pontos de vista sobre a paisagem inventiva
encontrar novos lugares numa casa onde já habitamos.
Read MoreLer, e pensar sobre, um poema é muitas vezes um acto de diversão, parecido com a descrição que Sherlock Holmes faz depois de ter resolvido o caso que tem em mãos em “A Liga dos Ruivos”: “‘Salvou-me do ennui,’ respondeu, a bocejar. ‘Infelizmente, já o sinto a chegar. A minha vida é passada num esforço contínuo para escapar aos lugares-comuns da vida. Estes pequenos problemas ajudam-me a fazê-lo.’”
Read MoreInterpretar, ler um poema é, em geral, render-se a um falso começo que não se deixou corrigir ao longo do caminho e por isso mesmo chegou a um onde que não havia e que nenhum antes podia prever.
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