Epílogo
Nuno Amado
Gosto deste poema porque é uma cena de cinema traduzida para poesia.
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Gosto deste poema porque é uma cena de cinema traduzida para poesia.
Read MoreGosto deste poema porque ele é resultado de um furto. O furto de uma fala que se quer dizer sem dono, imune, inocente. Para quem não a conhece, “mas é limpinha” faz parte de uma das mais comuns frases-feitas do Brasil. Fala esta que funciona como uma espécie de cosmético moral do discurso sexista, racista, elitista.
Read MoreAo poema é reconhecida ou antecipada uma longevidade não relativa, isto é, sem tempo: o poema é eterno, “viverá eternamente”; o poema não é finito, é, antes, “imortal”. A (im)possível evidência desta condição é, precisamente, o dizer plicado daquele chamamento.
Read MoreGosto deste poema porque ele se constrói ao contrário de um artigo de jornal.
Read MoreQual é o meu lugar, quando eu, leitor, estou diante de um texto escrito na primeira pessoa? Assumo o lugar daquele que o enuncia, ou este, embora formalmente eu, permanece um outro que não é apropriável pelo meu olhar, pela minha voz e pela minha presença?
Read MoreGosto deste poema porque é sobre um “certo tipo de coisas” e um “certo tipo de palavras”. Aquele certo tipo de coisas poderá relacionar-se com plásticos, vidros, metais (“lixo”); este certo tipo de palavras poderá articular-se com o ofício da poesia e o do poeta (“O que faz a poesia?/ Remir e remir e remir/ como as asas espancando”). O modo distinto como essa ligação é percebida poderá abreviar-se nisto: o poema é feito a partir de um certo tipo de palavras que, procedendo da sujidade e do monturo, deles se liberta violentamente. Duas actividades – fazedores de palavras e fazedores de lixo – exclusivamente humanas e que, numa leitura atenta, não deixam de favorecer estranhas correspondências.
Read MoreJoão Dionísio, que escreve nesta revista, notava que o acto de interpretar um poema era um exercício de memória e circulação. O poema a que esta nota de leitura se refere demonstra que também os poemas por vezes funcionam assim.
Gosto deste poema porque nele reconheço os felídeos que tantos lares povoam.
Read MoreO mais recente livro de João Miguel Fernandes Jorge acaba como começa.
Read MoreO poema mostra-me que o Zé, como boa pessoa e bom poeta, foi capaz de percorrer (nos dois sentidos) a distância que vai dos gatos no quintal do Francisco aos gatos que tem hoje em casa, e que eu espero que estejam bons.
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Gosto deste poema porque combina três coisas que não se veem juntas todos os dias: poesia, existencialismo e futebol.
Read More“Rain on Tin” é o último poema de Salvation Blues, de Rodney Jones. Ao lê-lo, começamos por deparar-nos com um título provocador: porque tornaria a felicidade prometida pela salvação alguém melancólico [blue]? O título lembra-me o destino das estrelas brilhantes das comédias shakespearianas (como Beatrice, Rosalind e Portia) que têm de se submeter à ideia de que, apesar dos esforços que dedicaram, com esperteza e charme, à educação dos seus futuros maridos, ficarão condenadas à redenção e ao final feliz que a comédia promete.
Read MoreAqui se abandonam as explorações de estados de consciência ou de formas de linguagem. É noutro mapa que se viaja. Nada se vê lá fora, os olhos vêem para dentro. O filme passa no fundo da cabeça.
Read MoreQuer dizer, o poema que começa com o ser acaba com o sexo, o que talvez o afaste em definitivo de qualquer leitura infantil. Mesmo que se dê o caso de este ser um discurso de sedução num poema de amor de um aranhiço pelo homem-aranha, o das “ventosas e outros artifícios”, o que reverteria a consagrada narrativa do super-herói numa aracnofilia de dois sentidos. Será talvez, em última instância, a única leitura que pode explicar o que faz o almoço no meio do poema, e sobretudo essa entrada fria a rimar em ausência com a mais célebre das dobradas.
Read MoreAs Aves Colectivas da margem sul
atravessam as manhãs carregadas de febre
nos olhos e de um sentido positivo para as horas
“Há um poeta em mim, disse Deus”. Em mim há tão-somente um rio. Sim, aqui poderia bem habituar-me a ele. Justamente aqui à janela com vista para o rio. Uma janela justamente como esta. Cresci junto à água, é por isso. Há um rio em mim.
Read MoreEste poema de Rosa Maria Martelo é a parte III de “Siringe” – um livro dividido em cinco partes, sendo o Epílogo da obra homónima que foi editada pela Averno em 2017 e que inclui dois textos publicados anteriormente: A Porta de Duchamp, de 2009, e Matéria, de 2014 – e eu li-o como um poema que me fala sobre poemas. Esta é a razão principal por que eu gosto deste poema.
Read MoreSimplesmente, acontece amiúde ler o poeta como se apanhássemos uma conversa a meio. Este poema, que integra uma sequência mais vasta, não é excepção. Sobrevive muito bem a sós, tal como é aqui apresentado. E não devia ser esquecida esta arte de insinuar sentidos sem que para isso seja necessária uma ostentação do sentimento.
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